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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sabe o que é difícil?


É não ler teus pensamentos, é não poder controlar a minha dúvida sobre eles, a minha vontade de te agarrar e não soltar nunca mais. É querer ser o teu mundo, mas ter medo de te dizer um eu te amo, e não saber ate onde eu devo. Essa frase é a única na terra que deveria ter passe livre sempre, em todas as horas e lugares, a única que nunca poderia ser censurada em qualquer circunstância, seja ela qual for. Sabe o que é difícil? É não saber o quanto você acredita ou percebe quando eu não falo nada, mais te olho profundamente, querendo ser parte da tua alma misteriosa, do teu corpo, do teu coração, da tua vida, enxergando depois da tua íris tudo o que você é, sem ao menos saber de fato. E respirando fundo o teu cheiro, o teu olhar, a tua voz, o teu medo, a tua independência e tua calma ao me olhar com carinho e com a serenidade de quem talvez saiba como o amor funciona, enquanto meu peito grita num desespero sufocante de vontade e de amor. Eu não quero ter que topar novamente com meia dúzia de garotas iguais nas baladas da vida, com olhares de caça, como se uma bomba fosse explodir todas as mulheres dali a alguns minutos e por isso você precisa ser beijada, cansei de bocas utópicas de sentimentos inexistentes. Eu quero você e toda a nossa vida, deu pra entender, é a sua historia que me interessa. Eu quero que o meu bom dia e vez ou outra algumas surpresinhas matinais, só pra não cair numa rotina, sejam a primeira coisa que você escute e veja ao acordar, assim como a minha avó que por cinqüenta e oito anos foi acordada pelo meu avô com café na cama todos os dias. Mas sabe o que é difícil? É acordar pela manhã com a tua presença tão distante, é perceber que você é uma parte necessária e dês de quando eu não sei, mas continue sendo, por favor. Já chega de cheirar postes a tua procura, já chega de baladas cheia de menininhas robóticas que fingiam ser você só pra facilitar uns 3 a 4 beijos. Chega de sentimentalizar pessoas que eu sabia que não eram você, mas que me queriam bem e por isso ficavam ao meu lado, chega de me arrumar pra ir a padaria porque talvez pudesse cruzar com você, chega de esperar você esbarrar em mim. Eu era uma fora da lei em bares sujos, brincando de muitos amores, sonhando com você baixinho, e agora tudo o que eu quero é entrar em lojas de conveniência contigo e comprar algumas guloseimas para irmos comendo no carro enquanto seguimos na estrada rumo a um fim de semana no litoral, ouvindo Alanis, Jazz, Bob Marley e Bossa Nova. Com uma câmera nervosa registrando cada gesto feliz. Eu quero parecer forte, eu quero parecer melhor, eu quero parecer um céu que eu nunca vi, só pra te fazer sorrir, só pra te fazer ver estrelas em mim. Sabe o que é difícil? É ter tanto medo de tudo, é me sentir um bichinho acuado quando qualquer mínima expectativa minha é frustrada e não acontece como eu esperava exatamente, é sentir a mínima dor e querer me afastar, te afastar, instintivamente. E logo depois sentir o peito vazio e inchado e sentir a dor silenciosa descer devagar pela minha garganta como se estivesse sem fim, sem fundo, pelo simples pensamento de ficar longe de você, e continua descendo, e então querer suportar qualquer dor dês de que eu possa te tocar, te escutar ao pé do ouvido, fechar os olhos e sentir teus cílios tocando o meu rosto e sua respiração entrando pela minha boca e os nossos lábios não precisando se tocar pra eu sentir o melhor beijo da minha vida. É não aceitar o porquê disso parecer superficial só porque aconteceu tão rápido e te ver segurando palavras, gestos e ter que me segurar na cadeira, tentando ver em que parte do muro invisível nos estamos e se falta muito pra sermos tão transparentes e espontâneas o suficiente para nos sentirmos em casa, uma dentro da vida planejada da outra. É me sentir de mãos atadas, me sentir a beira do precipício, fraca, e me sentir louca e pedir perdão para as mulheres perfeitas porque eu falhei. É querer demonstrar tudo de uma vez, mas não saber até onde posso sem te assustar ou te afastar e não entender porque o amor assusta tanto, e ele me assusta sim e eu recuo, eu sofro, eu me arrependo de recuar e eu choro a tôa, eu choro sem barulho e passa, e eu corro desesperada em busca dos teus braços que vão me dizer que tudo passou e que estamos bem, e então me sentir nova, me sentir divina, me sentir parte do mundo, imbatível, cheia de defeitos engraçadinhos, cheia de amor no coração, me sentir leve e me sentir em paz com o mundo. E resolvo ficar só comigo por umas horas, mas acabo falando com algumas pessoas pela internet que me mostram uma visão de fora, aquela que a gente nunca vê, e de repente aquela vontade de socar o mundo só pra sentir a mão doer e latejar e lembrar que você ta viva e esquecer que o mundo não é bonzinho e que alguém sempre merece um soco da vida pra lembrar disso e então querer o teu colo pra esquecer de tudo. E eu sei que isso tudo faz tanto sentido mais quando a gente resolve falar parece meio louca. E depois de terminar esse texto, não precisa dizer nada, eu sei, eu já sei que nasci tarde, sou exagerada, louca, imatura, superficial, confusa, mas apaixonada, apaixonada por você. Loucamente. Sabe o que é mais difícil? É não poder dizer isso olhando nos teus olhos agora, e ao invés de te escrever, eu iria te beijar, mas então se a vontade apertar fica tranqüila, prometo segurar o sono até você chegar.

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