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sábado, 21 de agosto de 2010

A lua cheia de “se”


Se você me visse agora, encostada na minha escrivaninha pronta para dormir, mas tendo isso como último plano. Se você me observasse segurando a xícara do café que eu bebo devagar, na sua espera. E você simplesmente não falasse nada e só me amasse intensamente. Se ao invés dessa tragada eu pudesse te tragar com o olhar nesse momento. Eu entenderia porque anoitece, porque a fumaça tem som de blues. Agora eu entendo a madrugada, é pra isso que ela serve, para que eu possa sorrir pra essa lua cheia tentando se esconder atrás do teu olhar, enquanto você saboreia o meu silêncio com a devoção de quem sabe o que é amar. Se você pudesse tocar os meus cabelos, se você chegasse mansinha e pegasse a minha mão, eu não precisaria te contar meus segredos, meu mistério te bastaria. Se eu sentasse a tua mesa e você me oferecesse um drink, enxugasse minha lágrima com o canto do indicador, me falasse dos teus planos, me colocasse no teu colo, o brilho do teu sorriso formaria um arco-íris no breu do meu. Se a tua estrada fosse outra que não a minha, você odiaria todas as minhas loucuras e eu te botaria pra correr. Se você não tivesse nascido, eu teria um chamado para o celibato. Se você não estivesse me procurando, eu já teria filhos, um cachorro e uma história.

4 comentários:

Unknown disse...

Muito bom msm... perfeito!
parabens cat'

bjO

Cris Garcia disse...

Bruninha texto fabuloso, fundamental, delicado, intenso, que faz a alma se elevar. Sorrateiramente, vai nos tomando num efeito avassalador, cumpre sua função de droga alternativa: vicia.

Anônimo disse...

Perfeito...Intenso, sincero e nostálgico....

Sinuca-breja-bossa disse...

Polly: Obrigada querida!
Cris:Valew moça...que bom saber que vicia.Era a intenção...ehehe
Anônimo: Agradeço(mesmo não sabendo quem é =D)