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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carta para aquele futuro verdadeiro amor





Não, eu não sou bailarina, mas se quiser posso fazer um demi-pliè totalmente pessoal. Não, não é ela, ela é baixa demais, eu tenho 1,70 m e com certeza não me comportaria dessa forma. Sim, eu já chorei por você, mas só nas vezes em que vi que ainda não te achei. Claro que vou te abraçar na madrugada chuvosa, mas sou um pouquinho menos perfeita do que você imagina. Sou um pouquinho neurótica, um pouquinho esquisita e, às vezes, acordo com um humor do cão. Não gosto de rotina e odeio excesso de cobrança. Na verdade, não sou nada perfeita. Mas, sei que esta parte vai ficar escondida atrás do meu sorriso convidativo ao receber um carinho teu.Veja só: se ela fosse eu, se atiraria daquela forma para aquela desconhecida no bar, sem ao menos notar a sua presença? Não, definitivamente não. Tudo bem, talvez eu não consiga ser muito boa em fazer o seu prato preferido, mas, vou te abraçar forte quando você estiver assustada e te dizer que está tudo bem. O meu nome é o que menos importa - já que você vai me reconhecer pelo olhar. Então...Não tente adivinhar ok. Han? Se eu estou perto? Tipo, na mesma cidade? Não se preocupe, o caminho até o seu coração já foi desenhado, não há como não chegar, mesmo que a distância seja entre continentes. Agora, tenta não abarrotar muito a tua bagagem, porque eu estou chegando apenas com o meu coração no bolso esquerdo. Não se preocupe tanto com aquelas feridas que ainda não cicatrizaram - com certeza, não vou chegar aí sem um “kit primeiros-socorros”. Não, eu não estou olhando pra essa lua cheia agora, porque - ao invés disso - estou deitada na minha cama escrevendo pra você. Posso sim te acordar com um café da manhã na cama, vestindo algo desarrumadamente sexy, se prometer me agradecer com esse sorriso bobo que você faz agora enquanto está pensando nisso. Eu sei, eu também queria chegar mais rápido ao nosso tempo, mas a estrada tá meio congestionada, às vezes fico na ponta do pé pra ver se estou mais perto,às vezes acho que estou, às vezes não. Enquanto isso, se a noite esfriar um pouco e ela não te cobrir, se ela não compreender teu olhar pedindo carinho, se ela não te abraçar depois de uma briga, se ela não dançar e sorrir pra você como se não existisse mais ninguém no mundo que importasse, se ela não souber olhar nos olhos, se ela não é confusa e apaixonada, se ela não for um pouco implicante, um pouco manhosa, um pouco louca, um pouco sonhadora, um pouco medrosa, um pouco livre e se ela não consegue enxergar cada uma de todas as tuas cores. Fique atenta, essa definitivamente não sou eu.

4 comentários:

Cris Garcia disse...

Nossa Bruninha incrível, maravilhoso, a forma como vc passa o texto nos faz sentir a intensidade de cada palavra. Assim que terminei de ler lembrei de um poema de Clarice onde vi você traduzida em palavras..."Sou muito mais que essas letras, frases e fotos que falam sobre mim. Sou as minhas atitudes, os meus sentimentos, as minhas idéias. O que realmente faz valer a pena estar vivo, não há filmadoras ou máquinas fotográficas que registre. Surpresas, gargalhadas, lágrimas, enfim, o que eu sinto, quem sou eu, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles..."

IyaMoura disse...

Nunca tenh o que falar de seus textos. Eles me envolvem de uma forma que... Sem comentarios!

Sinuca-breja-bossa disse...

Cris: Sem palavras com o que você disse. Muito obrigada é pouco, mas, muito obrigada! =D

IyaMoura: Lindaaa! Obrigada pela sua presença constante aqui. Adoro você!

Juliana Ladeira disse...

Sorte terá a moça que for atenta. Belo texto, Bruna! Nós que somos viciadas em repassar o que escrevemos através de um blog, quando lemos algo assim dá vontade de correr p/ o Word. Pra reforçar com outras palavras - seu texto me inspirou. Grande abraço, e até a próxima leitura.